domingo, 17 de março de 2013

ver a questão

Às vezes, eu só queria que alguém me visse. Não digo olhar, porque olhar todos sabem. Ver é a questão. Descobri a diferença quando, depois de anos passando pela mesma rua todos os dias, finalmente vi uma casinha que nunca havia visto. A casa sempre esteve ali, pequena entre dois casarões, eu é que nunca havia parado para ver. Olhava mas não via. E tem, realmente, uma grande diferença entre essas duas palavras consideradas sinônimos. Eu, por exemplo, sou o tipo de casinha que é olhada, mas não vista, na maioria das vezes. Eu ando aqui gritando por favor, alguém veja o meu lado, alguém veja o meu problema, alguém veja o meu motivo, alguém enxergue, pelo amor de Deus, o que eu sinto. Alguém pare e veja que nem sempre estou errada, às vezes eu preciso de atenção. Veja que enquanto eu grito e faço pose de dura, eu quero te mostrar que eu preciso de uma análise maior do que a que o olhar pode proporcionar. Eu preciso que alguém passe pela rua e me procure, e me ache e me entenda.
(autor desconhecido)

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