domingo, 5 de maio de 2013
Claire de lune
Ia e vinha, sem pedir licença. Quando chegava, mesmo no pino do Inverno, a paisagem do vale transfigurava-se, como se tudo tivesse a leveza da brisa estival do fim de tarde. Ninguém perguntava por onde andara, ninguém lhe cobrava a ausência. Davam-lhe espaço, sorriam-lhe, contentavam-se em respirar a sua aura. Nesses dias de encantamento, de indefinível fio condutor, todos se deitavam mais tarde, todos se levantavam mais cedo. Não se demorava muito, que seres assim não querem amarras, apenas o tempo suficiente para que as luzes se mantivessem acesas. Depois prosseguia, em serena translação, semeando esperanças no ar. Há pessoas assim. Não se sabe de onde vêm, que conjugações astrais as geraram. Delas apenas se sabe que nasceram para encantar.
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