"Porque o meu amor não e como o vento que passa e nem como a chuva que logo vai, existe sim, e, é tão firme e duradouro que, morrerá comigo para viver contigo, além, muito além
da eternidade"
(Melcy Balardini)
"E não adianta sentir tanto amor e não demonstrar, não expressar. Um dia, quando você olhar para trás e as pessoas que você mais ama não estiverem mais ao seu lado, você se arrependerá apenas do que não fez, do que não disse, de tudo que poderia ter feito melhor, mas nunca se arrependerá do amor que demonstrou, das palavras ditas com carinho, das declarações. Realmente, o tempo é tão curto, tudo passa tão rápido e a gente não sabe do amanhã. Não dá para economizar sentimentos."
Despedidas são sempre difíceis. Dar adeus para lugares, sensações, lembranças, pessoas e coisas mexe com a gente. Bate uma saudade antecipada de um cheiro, um bom dia, um sorriso, do gosto de um café.
"É a minha essência, não posso mudar. Eu amo a liberdade, sentir o toque da brisa, o gosto suave da vida. Sou sensível ao sorriso, à lágrima, sou sensível ao coração, não posso negar, não posso mudar... e não quero. Se um dia for diferente, não mais serei eu..."
"Tem gente que não merece o nosso coração aberto. Certas pessoas não precisam conhecer nossa alma. Porque elas nem vão saber o que fazer com tanta informação. Tem gente ruim no mundo, já me convenci disso. Espero que você entenda isso também. E que não sofra tanto ao constatar que nem todo mundo quer o seu bem. Algumas pessoas sentem prazer em perturbar os outros. O que ganham em troca? Não sei. E nem quero descobrir."
"Um dia você entende que o tempo não é inimigo. E que ele é o nosso maior mestre. Que tudo vem na hora que deve vir. Que não adianta espernear nem se esconder da vida. Que a fuga não é a melhor saída. E que no fim das contas a gente sempre acaba agradecendo tudo que passou. Porque o tempo (ah, o tempo!) está sempre ao nosso lado para nos mostrar o que realmente vale a pena."
- "A vida não está ai apenas para ser suportada ou vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Não é preciso realizar nada de espetacular. Mas que, no mínimo, seja o máximo que a gente conseguiu fazer consigo mesmo.
"Pode-se amar uma única vez em cem anos. Mas pode-se também amar duas, três, muitas vezes, enquanto tivermos o desejo de abandonar a solidão e voltar à intensidade dos dias. Uma vida em cada amor, várias vidas numa vida. Isso sim é um milagre que ninguém deveria abrir mão de acreditar."
- "Nossa vida é cercada de jardins, caminhos e estradas, neles podemos semear flores ou espinhos... Mas lembre-se que cada um colhe exatamente o que planta. Portanto, cuide da sua plantação e regue suas sementes com amor, fé, sabedoria, otimismo e amor.
Faço das tripas coração para que tudo fique e esteja bem. Nunca consegui mudar esta minha intensidade. E pode acreditar, isto não é discurso preparado. É realidade, apego, carinho por tudo que realizo. Odeio (apesar de ser uma palavra forte) quem não age com honestidade e verdade. Toma lá dá cá é para muitos. Fazer sem barganhar, para únicos!!!"
PRIMEIRA CARTA Considera, meu amor, a que ponto chegou a tua imprevidência. Desgraçado!, foste enganado e enganaste-me com falsas esperanças. Uma paixão de que esperaste tanto prazer não é agora mais que desespero mortal, só comparável à crueldade da ausência que o causa. Há de então este afastamento, para o qual a minha dor, por mais subtil que seja, não encontrou nome bastante lamentável, privar-me para sempre de me debruçar nuns olhos onde já vi tanto amor, que despertavam em mim emoções que me enchiam de alegria, que bastavam para meu contentamento e valiam, enfim, tudo quanto há? Ai!, os meus estão privados da única luz que os alumiava, só lágrimas lhes restam, e chorar é o único uso que faço deles, desde que soube que te havias decidido a um afastamento tão insuportável que me matará em pouco tempo. Parece-me, no entanto, que até ao sofrimento, de que és a única causa, já vou tendo afeição. Mal te vi a minha vida foi tua, e chego a ter prazer em sacrificar-ta. Mil vezes ao dia os meus suspiros vão ao teu encontro, procuram-te por toda a parte e, em troca de tanto desassossego, só me trazem sinais da minha má sorte, que cruelmente não me consente qualquer engano e me diz a todo o momento: Cessa, pobre Mariana, cessa de te mortificar em vão, e de procurar um amante que não voltarás a ver, que atravessou mares para te fugir, que está em França rodeado de prazeres, que não pensa um só instante nas tuas mágoas, que dispensa todo este arrebatamento e nem sequer sabe agradecer-to. Mas não, não me resolvo, a pensar tão mal de ti e estou por demais empenhada em te justificar. Nem quero imaginar que me esqueceste. Não sou já bem desgraçada sem o tormento de falsas suspeitas? E porque hei de eu procurar esquecer todo o desvelo com que me manifestavas o teu amor? Tão deslumbrada fiquei com os teus cuidados, que bem ingrata seria se não te quisesse com desvario igual ao que me levava a minha paixão, quando me davas provas da tua. Como é possível que a lembrança de momentos tão belos se tenha tornado tão cruel? E que, contra a sua natureza, sirva agora só para me torturar o coração? Ai!, a tua última carta reduziu-o a um estado bem singular: bateu de tal forma que parecia querer fugir-me para te ir procurar. Fiquei tão prostrada de comoção que durante mais de três horas todos os meus sentidos me abandonaram: recusava uma vida que tenho de perder por ti, já que para ti a não posso guardar. Enfim, voltei, contra vontade, a ver a luz: agradava-me sentir que morria de amor, e, além do mais, era um alívio não voltar a ser posta em frente do meu coração despedaçado pela dor da tua ausência. Depois deste acidente tenho padecido muito, mas como poderei deixar de sofrer enquanto não te vir? Suporto contudo o meu mal sem me queixar, porque me vem de ti. É então isto que me dás em troca de tanto amor? Mas não importa, estou resolvida a adorar-te toda a vida e a não ver seja quem for, e asseguro-te que seria melhor para ti não amares mais ninguém. Poderias contentar te com uma paixão menos ardente que a minha? Talvez encontrasses mais beleza (houve um tempo, no entanto, em que me dizias que eu era muito bonita), mas não encontrarias nunca tanto amor, e tudo o mais não é nada. Não enchas as tuas cartas de coisas inúteis, nem me voltes a pedir que me lembre de ti. Eu não te posso esquecer, e não esqueço também a esperança que me deste de vires passar algum tempo comigo. Ai!, porque não queres passar a vida inteira ao pé de mim? Se me fosse possível sair deste malfadado convento, não esperaria em Portugal pelo cumprimento da tua promessa: iria eu, sem guardar nenhuma conveniência, procurar-te, e seguir te, e amar-te em toda a parte. Não me atrevo a acreditar que isso possa acontecer; tal esperança por certo me daria algum consolo, mas não quero alimentá-la, pois só à minha dor me devo entregar. Porém, quando meu irmão me permitiu que te escrevesse, confesso que surpreendi em mim um alvoroço de alegria, que suspendeu por momentos o desespero em que vivo. Suplico-te que me digas porque teimaste em me desvairar assim, sabendo, como sabias, que terminavas por me abandonar? Porque te empenhaste tanto em me desgraçar? Porque não me deixaste em sossego no meu convento? Em que é que te ofendi? Mas perdoa-me; não te culpo de nada. Não me encontro em estado de pensar em vingança, e acuso somente o rigor do meu destino. Ao separar-nos, julgo que nos fez o mais temível dos males, embora não possa afastar o meu coração do teu; o amor, bem mais forte, uniu-os para toda a vida. E tu, se tens algum interesse por mim, escreve-me amiúde. Bem mereço o cuidado de me falares do teu coração e da tua vida; e sobretudo vem ver-me.Adeus. Não posso separar-me deste papel que irá ter às tuas mãos. Quem me dera a mesma sorte! Ai, que loucura a minha! Sei bem que isso não é possível! Adeus; não posso mais. Adeus. Ama-me sempre, e faz-me sofrer mais ainda.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
"Não é de repente, é mais aos pouquinhos que as coisas acontecem."
QUEM FOI MARIANA ALCOFORADO Mariana Alcoforado (Beja, 2 de Abril de 1640 — 28 de Julho de 1723) é a personagem e presumível autora das cinco “Lettres Portugaises” (As Cartas Portuguesas — titulo com que foram publicadas 1669, em França) dirigidas a Noel Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, oficial francês que lutou em solo português sob as ordens de Frederico de Schomberg, durante a Guerra da Restauração. Tais cartas acabariam por se tornar num clássico da literatura universal. Mariana Alcoforado nasceu em Beja em 1640. Com onze anos, é obrigada a entrar para um convento, a fim de ficar a salvo do brutal conflito provocado pela guerra com Espanha e para honrar o testamento materno que a nomeava freira do Convento da Conceição. Sem ter nenhuma inclinação religiosa, ela foi assim destinada a uma vida enclausurada, partilhando da sorte de muitas raparigas da sua época, que eram encerradas em conventos por decisão paternal. Impotente face à irrevogável decisão do pai, Mariana submete-se à clausura, mas anseia pelo dia em que poderá regressar ao seio da família e à liberdade da vida real.Um dia (não se sabe a data precisa) chega à cidade de Beja um regimento francês, comandado por Frederico de Schomberg, que ali se encontrava para apoiar o país contra Espanha na Guerra da Restauração (1640-1668). Quis o destino que o seu olhar se cruzasse com o do jovem oficial francês Noel Bouton. Mariana estaria na janela de Mértola do convento, e dessa troca de olhares nasceria um amor imediato e profundo. Tendo então a idade de vinte anos, o instinto físico falou mais alto e deixou-se dominar por uma incontrolada paixão que a fez introduzir Bouton secretamente na sua cela durante várias noites seguidas. Descobertos, a notícia dessa relação difundiu-se rapidamente causando escândalo. Sóror Mariana pertencia à poderosa família dos Alcoforados, e temeroso das consequências, Bouton saiu de Portugal, com o pretexto da enfermidade de um irmão e prometeu mandar buscá-la. Duma janela do segundo piso do Convento, esperaria Mariana por notícias do seu amado, vivendo a sua paixão impossível e desesperada, na sua condição de mulher destinada a Deus. Na sua espera, em vão, escreveu as referidas cartas, que contam uma história sempre igual: esperança no início, seguida de incerteza e, por fim, a convicção do abandono.A sua correspondência destinada a Bouton, um conjunto de cinco cartas escritas em francês, foram publicadas em Paris por Claude Barbin, e foram avaliadas entre as mais comovedoras do género. Esses relatos emocionados fizeram vibrar a nobreza de França, habituada ao convencionalismo. Além disso, levaram, para a frívola sociedade, o gosto acre do pecado e da dor, pois traziam a lume as intimidades de uma freira. “As Cartas” anteciparam o movimento literário romântico e serviram de inspiração a La Bruyère, Saint-Simon, Saint-Beuve e muitos outros autores românticos. Rousseau, por achar as cartas demasiado belas para serem escritas por uma mulher, negava-lhes a autenticidade, atribuindo a autoria a escritores franceses ou portugueses como Alexandre Herculano ou Camilo Castelo Branco. De facto, desconhece-se como e porque razão tais cartas foram parar às mãos do editor Claude Barbin e como tal presume-se que tais cartas possam na verdade tratar-se de uma obra de ficção difundida como sendo verdadeiras como um modo de publicidade. Mas no seguimento especulativo, há também a considerar porque é que “As Cartas”, escritas em francês, possuem acentuados vestígios de sintaxe portuguesa. Especula-se por isso que estas provêm de uma tradução literal de cartas escritas em português — e perdidas —, ou então compostas por alguém que, conhecendo o idioma francês, não o dominava a ponto de redigi-lo com absoluta perfeição. Na biblioteca dos Alcoforados acharam-se também inúmeros livros em francês, indício provável de que era uma família que se servia frequentemente da língua francesa, pelo menos para leitura. Às “As Cartas” seguiram-se “As Resposta” assinadas por Bouton, e outras demais obras com as mesmas personagens, mas todas essas publicações são efetivamente apócrifas (*) e não têm a mesma qualidade ou tiveram a mesma receção critica do público [(*)Cuja autor não é aquele a que se atribui] Atualmente especula-se que as cartas sejam provavelmente uma obra de Gabriel de Guilleragues, um diplomata e jornalista francês, secretário do príncipe de Conti, mas a sua verdadeira autoria, provavelmente nunca o saberemos. Sejam “As Cartas” verídicas ou não, Mariana Alcoforado, existiu realmente, e o escândalo que houve em torno da sua pessoa, também foi verdadeiro. A sua vida, tornada famosa pelas cartas, foi motivo de inspiração a diversas obras teatrais. Mariana, pela sua vez, com o tempo reabilitou-se da sua tristeza. Pelas boas obras que prestou enquanto freira adquiriu o título de “Soror”(*) e chegou à posição de abadessa do Convento. Morreu já idosa, aos oitenta e três anos de idade em 1723 no Convento da Conceição em Beja. [(*) Reverencia dada às freiras em posição hierarquicamente elevada] continua com a PRIMEIRA CARTA...
"O mundo vai quebrar seu coração muitas vezes nessa vida e eu não posso explicar isso... e a loucura que há dentro de mim ou de todo mundo. Eu vejo tudo o que todos fizeram por mim e me sinto uma pessoa sortuda".
Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Adoro ler, e pesquisando livros digitais encontrei esse:
CARTAS DE AMOR DE UMA FREIRA PORTUGUESA MARIANA ALCOFORADO Título Original: Lettres Portugaises A presente obra encontra-se sob domínio público ao abrigo do art.º 31 do Código do Direito de Autor e dos Direitos Conexos (70 anos após a morte do autor) e é distribuída de modo a proporcionar, de maneira totalmente gratuita, o benefício da sua leitura. Dessa forma, a venda deste e-book ou até mesmo a sua troca por qualquer contraprestação é totalmente condenável em qualquer circunstância. Foi a generosidade que motivou a sua distribuição e, sob o mesmo princípio, é livre para a difundir. Para encontrar outras obras de domínio público em formato digital, visite-nos em: http://luso-livros.net/
As mensagens foram escritas no século XVII e dirigidas a Noel Bouton de Chamilly, conde de Saint-Léger, oficial francês que lutou em solo português durante a Guerra da Restauração. Publicadas em 1669, na França, se tornaram um clássico da literatura universal. continua...
Mente quem diz que o que era já foi, não é mais. Mente quem diz que viveu de um amor que nunca existiu. Mente quem diz que existiu algum amor. Mente quem diz que ainda ama. Mente quem diz que amou. Mente quem diz que é. Mente quem diz ... Nada que é eterno, sincero, eficiente, precisa ser dito!!!"
"Não tranque sentimentos dentro de você. Liberte-os de qualquer forma ou estado. Sê líquido, deixem que escorram. De alegria, o rosto ilumina, se de tristeza, a alma alivia!!!"
"Sabe aquela sensação de para sempre? Temos a certeza quando a sentimos. É da pele, é do coração. Você faz parte do outro, mesmo que ele a tenha pela metade!!!" G.Fernandes
- "Há um grande vento frio cavalgando as ondas, mas o céu está limpo e o sol muito claro. Duas aves dançam sobre as espumas assanhadas. As cigarras não cantam mais.