segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Cavaleiro alado

Uma linda melodia, atravessa as fronteiras do imaginário. É um canto que se ouve ao longe, e chega ao coração de um cavaleiro, que não quer saber do passado, apesar da imensa saudade que alguma coisa bem distante ainda lhe causa. Momentos talvez vividos, mas que hoje ele não consegue descrever.

Em seu cavalo alado, segue sua sina, a de estar só.

Cavalgando pelo espaço infinito passa por estrelas e várias cores, fechando portas de muitas eras. Ele, só, vai olhando à frente.

Em seus olhos, vez por outra, uma lágrima reluta em rolar pela face, e ele pensa, quando poderei ser eu? Uma melodia o persegue e ele sofre por feridas não cicatrizadas ou por a falta do sentimento maior.

Prefere fechar seu coração, mas sabe que o perigo o ronda, na próxima parada, talvez numa luz prateada, se deixe ficar.

O que sentiu no passado, vem a sua mente e um forte arrepio percorre seu corpo.

Num misto de medo e de incerteza, sabe que sua viagem talvez não acabe ali. Deseja ardentemente parar de percorrer mundos, estrelas, sempre solitário mas precisa antes, saber quem sempre foi, pois não se reconhece nesse reflexo distorcido em que se tornou.

Ficara cego de amor ou fora levianamente aviltado, a ponto de se perder. Um rosto sem nome, um homem sem alma?

Recorda momentos marcantes de felicidades ou pesadelos, que passam através de tênue cortina, atormentando seus dias e noites.

Diante agora da lua de prata refletindo, algo do passado lhe vem à tona, escuta a suave melodia que o acompanha, agora bem mais perto.

Poderia agora ser ele mesmo, sem fugas?

Um feixe de luz prateado, deixou-o entorpecido por segundos, abriu os olhos lentamente, respirando fundo, se refez . Palavras chegaram-lhe, vindas de um dos raios: “Tua busca interior por hora, acaba aqui, tu és um ser único, especial. Ainda não descobristes o que busca, o porque de tanta excitação, mas isto sempre foi muito sentimento adormecido. Receberás hoje as chaves que destrancarão as portas, que tu mesmo fechastes.

Talvez por muitos momentos achavas-se auto-suficiente, sem pensar nos perigos que corrias ao se envolver. Era absoluto, dominavas a tudo e a todos, mas mero engano.

Nessa caminhada, em cada cor, deixastes um coração ferido, ou fugistes, quando se vias enredado pelos elos do amor. Como poderias deixar-te dominar?

Vivendo assim, muito ficou para trás, até que te perdestes, não te achando firme em teus antigos propósitos de vida.

Deixes agora teu coração decidir teus caminhos, escolher as chaves certas. Agora retornarás, passando pelos caminhos já conhecidos por ti, e retornarás de onde partistes. Agora mais maduro, poderás expressar o que vai dentro de ti, e ouvir, o que teus parceiros de vida, tentavam te dizer. Verá que a vitória, vem de um bom combate, cheio de amor e respeito.

Seguindo por caminhos tortuosos, tivestes a oportunidade de um importante aprendizado, o de lidar com as sensações de prazer, conhecimento pessoal e a boa convivência.

Serás feliz, pois o que és, tua essência, agora acrescida de experiências vividas, o fizeste mudar, agora verás no espelho da vida, teu rosto numa imagem límpida, com teus desejos modificados, pois mudastes para melhor.

Siga teu caminho, vá com o coração em festa, acompanhes meu raio de prata, pois o iluminarei até a próxima estação das cores.”

E neste momento um raio rasgou o céu. Tudo mudou. Ninguém mais soube ou viu entre estrelas, o cavaleiro alado.



~Stela Escobar

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