terça-feira, 11 de setembro de 2012

(Florbela Espanca)

Fanatismo minh´alma, de sonhar-te, anda perdida.
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és se quer razão do meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler.
No misterioso livro do teu ser.
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, digo de rastros: "Ah! Podem voar mundos, morrer astros, que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."
(Florbela Espanca)

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