quinta-feira, 19 de setembro de 2013

palavra por palavra

Escrever é um exercício de paciência. Em meio a tantas palavras, você precisa selecionar "aquela", e juntar com a "outra", de forma a manter uma sintonia entre som e sentido. Mas também tem a ordem da frase, que pode ser direta, sujeito e predicado, ou não: você pode inverter a ordem e alcançar um efeito inusitado, é só tentar. Aliás, o que a gente mais faz é tentar, em meio a tantas possíveis combinações, capturar o formato desejado. Tem também a pontuação, que pode interferir e mudar o itinerário, o rumo da prosa, é preciso cuidado. São tantos detalhes, que você se pega a mastigar o tempo demoradamente, enganchado com uma vírgula, agarrado a uma palavra. Parece que o mundo, de repente, parou. E quando a gente tem que dizer o indizível? Aí, sim, a palavra reina, teimosa e cheia de gosto! Ela brinca de se esconder. Ela provoca e se acha!
Escrever é mesmo um adorável exercício de paciência!

Ana Luiza Fireman


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